Durante o mês de maio, a World Lupus Federation, que conta com apoio da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro (SRRJ), realiza uma campanha de conscientização para combater o Lúpus. O período chama atenção para os desafios enfrentados por quem convive com o lúpus eritematoso sistêmico (LES), uma doença inflamatória crônica e autoimune, que afeta cerca de 65 mil brasileiros.
Segundo Nelson Araujo Silva Filho, docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica) e reumatologista, o LES ocorre quando o sistema imunológico ataca tecidos e órgãos do próprio corpo, levando à inflamação e, muitas vezes, a danos graves em articulações, rins, pulmões, cérebro e pele.
“A causa exata ainda não é conhecida, mas sabemos que fatores genéticos, hormonais, ambientais e imunológicos estão envolvidos. A doença é até 10 vezes mais comum em mulheres, especialmente entre os 20 e 40 anos. Apesar de ser uma doença complexa, o diagnóstico precoce e o seguimento adequado melhoram muito o prognóstico e a qualidade de vida de quem convive com LES”, explica Nelson.
De acordo com o especialista, os sintomas mais frequentes incluem: manchas avermelhadas na pele, em especial no rosto (em “asa de borboleta”); dor e inchaço nas articulações; queda de cabelo; febre persistente sem infecção; fadiga intensa e alterações renais e neurológicas. O tratamento é individualizado, devendo ser conduzido por um reumatologista. O médico poderá envolver medicamentos imunossupressores, antimaláricos, como a hidroxicloroquina, corticoides em doses cuidadosamente controladas e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Medidas como evitar exposição solar, manter vacinação em dia, controlar o estresse e aderir ao tratamento são fundamentais.
Como deve ser a alimentação dos portadores de Lúpus?
Segundo Anete Mecenas – nutricionista e docente da Estácio - a alimentação no lúpus eritematoso sistêmico (LES) deve ter um enfoque na autoimunidade e no processo inflamatório das pessoas que desenvolveram a doença, pois elas podem ter dislipidemias, obesidade, hipertensão arterial sistêmica e síndrome metabólica. Desta forma, consumir alimentos com teor energético e proteico moderados, mas ricos em vitaminas, minerais (principalmente os antioxidantes) e ácidos graxos mono/poli-insaturados, auxilia o tratamento dessas comorbidades.
A nutricionista aponta uma dieta específica para quem está fazendo tratamento do LES. “Os pacientes devem aumentar o consumo de frutas, verduras, legumes e peixes, como atum, sardinha ou salmão, além de frutos oleaginosos, como castanha, amêndoa e nozes”, comenta Anete Mecenas.
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