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Segundo cirurgião bariátrico Luís Augusto Mattar o paciente pode perder 3x mais peso que com dietas.
Para algumas pessoas que buscam o emagrecimento em alternativas como tratamentos clínicos, mas que não surtem efeito desejado, ou ainda pessoas com obesidade não tão severas, que não têm indicação para cirurgia bariátrica, o balão intragástrico é um grande auxílio na luta pelo emagrecimento e para uma melhor qualidade de vida. “A perda de peso média, em nossa experiência pessoal, é de 15% do peso inicial. Essa média ocorre porque temos pacientes que se dedicaram muito à mudança de hábitos, podendo perder até 35% do peso inicial. Além disso, em até dois anos de acompanhamento, cerca de 50% conseguem manter a perda de peso", destaca o cirurgião e endoscopista bariátrico Luís Augusto Mattar.
Essa busca por ajuda no emagrecimento e qualidade de vida é compatível com o número assustador de obesidade e sobrepeso no Brasil. Segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o sobrepeso e a obesidade têm assustado profissionais da saúde. A obesidade já atinge 18,9% dos brasileiros. Já o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). “O emagrecimento por meio do balão dá um ânimo no paciente para continuar na busca de melhorias para a saúde, mas, ainda assim, as pessoas precisam conscientizar que a alimentação e a prática de atividade física são fundamentais para esse processo”, explica Luís.
O Balão intragástrico ocupa parte do estômago e age de forma a diminui o apetite do paciente. "Na primeira semana, o paciente terá uma alimentação exclusivamente líquida, evoluindo para uma dieta pastosa e finalmente sólida de baixa caloria. É importante ressaltar também que nos primeiros três dias, o paciente deverá sentir alguns incômodos, como cólicas, náuseas e às vezes vômitos, sintomas esses que controlamos com medicação oral e raramente endovenosa" evidencia.
Segundo o cirurgião, trata-se de um procedimento realizado em ambiente de clínica, sem internação, anestesia ou cortes. "O paciente, em jejum de 8h, vai até a clínica com um acompanhante (como se fosse fazer uma endoscopia comum), será realizado um exame endoscópico sob uma sedação mais profunda", explica ele. Caso não haja nenhuma contraindicação, o balão desinsuflado é passado pela garganta e com a visão endoscópica, posicionado na região adequada do estômago para que possa ser preenchido com soro fisiológico e azul de metileno.
Este corante, além de dar volume ao balão, serve como alerta caso haja algum vazamento. "Assim que se romper, o paciente vai urinar azul. Este é o alerta de que ele deve buscar o médico e retirar o balão em, no máximo, 24h. Mas, esta condição é extremamente rara. Em nossa experiência, ainda não presenciamos nenhum caso de balão que se rompeu", detalha Luís. Indicações • Pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 27 e recomendação médica; • Pacientes com sobrepeso ou obesidade em qualquer nível; • Em pacientes com elevado nível de obesidade que precisam eliminar peso e reduzir seu risco cirúrgico antes de se submeter à cirurgia bariátrica ou outra cirurgia. Contraindicações • Pacientes que já passaram por algum tipo de cirurgia estomacal; • Pacientes com úlcera, hérnia de hiato ou qualquer outra complicação no estômago; • Pacientes menores de 18 anos.
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