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#EBOCOLETIVO “Não vamos arriar "ebó", sacralizar nossos animais, seremos nós o “ebó”, a oferenda viva, a todos os que tentam marginalizar nossa cultura.” - 12/04/19


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Imagem: divulgação
Imagem: divulgação


Na próxima segunda-feira, dia 15, a partir das 16h, em frente à Câmara de Vereadores de Salvador, a Frente Nacional Makota Valdina realizará o ato político #EboColetivo que representa a determinação de lutar pela vida e dignidade do povo negro e das religiões de matriz africana neste país, numa referência à nossa capacidade de união e força, guiada pela Ancestralidade. Mais informações em: https://bit.ly/2WXTWKo
A Frente é uma ação política, em unidade, dos Povos de Axé contra o racismo e o ódio religioso é uma articulação política de luta antirracista composta por Povos de religião de matriz africana, ativistas do Movimento Negro, de Mulheres Negras e de defesa dos Direitos Humanos. Neste sentido, a Frente irá apresentar nesta quinta, dia 11, ao Ministério Público e a Rede De Combate ao Racismo, uma representação em face a vereadora Marcelle Moraes pelo ato de desrespeito a memória de Makota Valdina Pinto, o que entendemos se tratar de violência racial e desrespeito religioso a todos Nós. Por isso convocamos o Povo de Axé, ativistas do Movimento Negro e Social, assim como representantes da luta pelos Direitos Humanos para somar nesta ação coletiva contra o racismo religioso e institucional.
De acordo com Eli Laíse de Deus ou Kota Gandaleci, estudante de Direito que integra o Coletivo Luíza Bairros e o Programa Direito e Relações Raciais(PDRR) da UFBA, o Candomblé teve uma das suas ancestrais animalizada na Câmara Municipal de Salvador. “Apresentar essa representação ao MP-BA e ir ao Ebó Coletivo é dizer ao Estado e a sociedade fundamentada no racismo e no ódio, que não vamos nos calar diante da conjuntura que nos é apresentada. É necessário agir com determinação e consciência, pois, enquanto alguns se preocupam extensivamente com a pauta animal, são os nossos corpos negros que padecem de toda sorte de violência.”, sustenta mãe Gandeleci
#EBOCOLETIVO – Segundo a educadora e ativista do Movimento de Mulheres Negras, Lindinalva Barbosa, a busca pela ancestralidade é algo intrínseco e cultural dos povos africanos e que esta denominação, ‘Ebó Coletivo’ é uma orientação da porta voz das religiões de matriz africana, “a anciã Makota Valdina em suas diversas orientações discursivas contra o ódio religioso recomendava que quando tivéssemos em apuros para que chamássemos os nossos ancestrais para nos instrumentalizar e nos orientar na busca de fortalecer à luta.”, reconhece a educadora.
A Yalorixá Mãe Odara do Ilê Axé Onã Omí Tafá Oyá reafirma que este nome é uma herança ancestral da Makota e que esta ação é uma movimentação, uma ação em massa para a garantia dos direitos dos Povos de Terreiros. “Não vamos arriar "ebó", sacralizar nossos animais, seremos nós o “ebó”, a oferenda viva, a todos os que tentam marginalizar nossa cultura, nossa religião. ‘Ebó Coletivo’ é defesa. ‘Ebó Coletivo’ é dizer não aos fascistas!”, argumenta Odara.
Para a yalorixá Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum, esta ação tem como propósito a unidade política e o fortalecimento dos laços contra os preconceitos e atos de intolerância religiosa. “O ´ebó coletivo´ é uma pensamento que sempre nas nossas reflexões serve pra nos deixar conectados com o sagrado. Na verdade esse ‘ebó coletivo’ nada mais é do que a nossa forma de estarmos juntos fazendo um só pensamento de energias positivas e de quebrar essa onda de ódio e tanta violência contra o nosso povo negro e de Religião de matriz Africana.”, lamenta mãe Jaciara.
Entenda o caso – No dia 19 de março, o vereador Marcos Mendes (PSOL) solicitou na sessão ordinária do Plenário Cosme de Farias, um minuto de silêncio em homenagem ao falecimento da porta voz das religiões de matriz africana Makota Valdina Pinto. Pouco depois de ser respeitado um minuto de silêncio no Plenário, a vereadora Marcelle Moraes (sem partido) pediu para “incorporar” à homenagem a morte de uma “rinoceronta” no zoológico de Salvador. Este equívoco intencional causou uma indignação imensa e reafirmou a postura racista e desrespeitosa às mulheres negras, ao povo de Santo e, sobretudo, a população negra da cidade de Salvador. Culminando em um ato político, no dia 25 de março em frente e na galeria do plenário da Câmara Municipal, assim como resultou na criação da Frente Nacional Makota Valdina, em defesa das religiões de Matriz Africana. Dìde Irmão, Kubalumuka Irmã! (Levante irmão levante irmã!).

Tradução:
Dìde – palavra de origem yoruba que significa Levantar
Ebó - é um processo religioso das religiões de Matriz africana de limpeza que visa corrigir várias deficiências na vida de um ser humano tais como: saúde, amor, prosperidade, trabalho profissional, equilíbrio, harmonia familiar, etc. (fonte: Mundo dos Orixás);
Kubalumuka – palavra de origem Bantu que significa Levantar
Yalorixá – palavra de origem yorubá que significa Mãe
Makota ou Kota– palavra de origem bantu que significa Mãe/ cuidadora/ zeladora

Serviços:
O QUÊ: #EBOCOLETIVO - uma ação política, em unidade, dos povos das religiões de matriz africana, contra o ódio religioso;
QUANDO: próxima segunda feira, dia 15 de abril, a partir das 16H;
ONDE: Em frente à Câmara Municipal de Salvador
COMO: Xirê do Povo de asé, com participação de ativistas do Mov. Negro, Social e da luta pelos Direitos Humanos;
PORQUÊ: combater o racismo religioso e institucional nos espaços públicos e exigir respeito à diversidade religiosa e o pluralismo étnico na cidade de Salvador.

#ebocoletivo #racismoreligioso #odioreligioso #racismo #frentemakotavaldina #MakotaValdinaPresente #candomblé #axé
#PeloDireitoDeCultuaroSagradoEBOCOLETIVO /#ContraoFeminicidioEBOCOLETIVO
#ContraoRacismoEBOCOLETIVO / #ContraoGenocidioDoPovoNegroEBOCOLETIVO



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